quarta-feira, 8 de abril de 2020

Carta para Davi

Filho,
Já há uns dias tenho tentado parar e escrever, incrível como que mesmo em isolamento e de quarentena, com todas as oportunidades de sentar e refletir, a mamãe não consegue.

Calma, vou te explicar essa maluquice de isolamento que acabei de falar.
Mas antes de chegar nessa parte, que já é quase o final, vamos começar do início.

Primeiro, quero que saiba que vc foi muito desejado, planejado, foi quase que “programado” estrategicamente para vir quando veio.

Quando sua irmã nasceu, a mamãe achou que ia surtar e por um bom tempo não conseguiu imaginar a vida com outro bebê. ( hoje não sei ao certo dizer se ela deu um pouco de trabalho ou se eu sou exigente demais e sempre me cobrei tanto que acabei ficando sobrecarregada e exausta)

Mais graças a Deus as coisas foram chegando no lugar, eu fui me aceitando como uma mãe que também erra e que se frustra e sua irmã começou a sentir falta de companhia em casa também.
Ela já estava mais independente, mais fácil de controlar e aproveitamos que tínhamos energia para encarar outro bebê e começamos a pensar na ideia.

Primeiro tive que esperar um diagnóstico benigno para um nódulo que tirou minha paz por uns 8 meses, não poderia arriscar e ter você no meio da dúvida.
Em março depois de algumas tentativas de uma biópsia, a mamãe fez um procedimento cirúrgico, e graças a Deus foi só um susto e uma nova cicatriz.

Tínhamos uma viagem em Maio e mamãe queria um pouco de liberdade para poder curtir sem o medo de colocar vc em risco. Então esperamos mais um pouco.

Na viagem mesmo comecei a perceber que tinha algo estranho com meu organismo porque há quase um ano sem o DIU, meu ciclo era curto porém eu ficava mais de 15 dias menstruada.

Foi um instinto mesmo, sempre conheci muito meu corpo, e isso começou a me deixar um pouco ansiosa porque, como filha mimada e muito apegada aos meus “planejamentos”, eu vi que essa gestação poderia demorar um pouco e eu não queria que você e Olivia crescessem tão distantes;
Fui em busca de médicos, até para me preparar para engravidar.
Em um desses médicos, me sugeriram um acompanhamento de ovulação porque tudo indicava que eu estava ovulando mas que talvez com o ciclo bagunçado.
Acompanhamento iniciado, muita ansiedade todas as vezes que ia e que o médico falava que nada havia acontecido.
Depois de 10 idas para acompanhar se havia ou não ovulado, havia uma possibilidade que eu tivesse ovulado 12 dias depois do esperado, uma ovulação super tardia.

3 dias após esse dia, um sangramento que indicava a volta do período menstrual. Eu estaria ovulando e menstruando em um espaço de tempo muito curto.
A médica sugeriu que para engravidar talvez tivesse que tomar uns hormônios nos próximos meses para regularizar o organismo, ter tempo normal de fecundar.

Eu não queria tomar hormônio, por toda aquela questão com o nódulo do ano anterior... orei, fiquei um pouco ansiosa mas confiei que deixaria fluir até o final do ano...

Passaram alguns dias daquele sangramento, e ele parou bem antes dos 15 dias esperados. Mais uma vez, eu conhecendo mto bem meu corpo pensei que tinha algo errado...( e se não fosse um sangramento de menstruação, e sim de nidação??) a médica não acreditou porque teve muito volume e 3 dias de duração...difícil.

Mas parou total com 3 dias, e eu curiosa, resolvi fazer um teste. Isso era uma sexta. O teste não deu nada.

-Relaxa e tentamos de novo no próximo mês sem essa neura de acompanhar ovulação, vou deixar fluir- pensei.

No domingo me senti estranha, eu já tinha me sentido daquele jeito antes. Era como se pudesse perceber meu corpo me mandando algum sinal.
Na segunda fui jogar o teste fora antes que alguém mexesse nas minhas coisas e visse e pensasse “ por que essa louca está fazendo teste”?!

Quando peguei no teste uma surpresa: estava POSITIVO. Pesquisei e vi que após alguns dias isso poderia acontecer...mas eu tinha que tirar a dúvida né?!
Comprei um teste e umas 3 horas depois consegui estar sozinha para fazer ( ainda achava que se contasse a história para alguém iriam me chamar de louca). Resultado: POSITIVO.

Respirei, liguei para a médica que disse que com aquele sangramento todo eu poderia ter engravidado, perdido e o organismo reconheceu o hormônio.
Pediu para esperar, fazer os exames de laboratório e aguardar 2 resultados positivos de sangue.

No domingo tinha sido dia dos pais, eu queria contar pro Vi, mas e se não fosse real; não seria um presente e sim uma frustração...

Fiz o exame de sangue ainda na segunda e mais uns 2 de farmácia. Todos positivos.

Na terça de noite contei para ele, expliquei a situação e falei que juntos iríamos entender a vontade de Deus, e que seria egoísmo meu guardar aquilo só para mim até se confirmar.
Não perdi a oportunidade e fiz uma surpresa para contar, fiz daquele momento uma coisa nossa especial.



Na quarta repeti o exame de sangue e recebemos outro resultado positivo.

Comemoramos e resolvemos aguardar um pouco para contar para nossas famílias. A avó dele estava internada e não vimos naquele momento uma oportunidade feliz para comemorar aquela novidade.
Indo visitar a vozinha do Vi, estava doida para contar para ela que teria mais um bisneto, mas nem o Vi sabia ainda, fiquei la me segurando.

E decidimos também esperar o ultrassom.
Ah esses ultra-sons. Sempre uma emoção, e no nosso primeiro, não ouvimos coração, o médico suspeitou de uma gravidez sem feto.

No mesmo dia a vozinha do Vini foi descansar.

Eu não dei conta e pedi para contarmos na minha casa, e no FDS contaríamos na casa dele.

Surpreendemos a todos aos poucos, literalmente surpreendemos porque todos estavam acompanhando a “ladainha” da ovulação tardia e ninguém entendeu nada quando aparecemos grávidos rsrs.

Com 8 semanas ouvimos o coração do baby, e enfim respiramos, e o nosso voltou a bater normalmente e menos apreensivo.
Contamos então aos amigos próximos e aos poucos fomos divulgando as boas novas.
Fiz um vídeo com a reação de algumas pessoas:
https://www.youtube.com/watch?v=Wsk_JSZKbxM

Ainda no início da gestação passei por um dos meus maiores desafios profissionais, a empresa tomou outros rumos, assumi novas funções, responsabilidades e quando achei que teria uma gravidez mais light onde eu me permitiria aproveitar e descansar mais, fui envolvida pelo trabalho e consumida por muitas novas atividades.

Essa foto foi em novembro, data que marcou o final/inicio das mudanças profissionais dentro da empresa. Foram meses antes de planejamento e muitos desafios a partir dali que continuam surgindo.


E em algum momento, que não lembro bem quando, eu decidi que diferente da gravidez da Olívia, onde eu permiti que o medo me consumisse e que a ansiedade que me trouxesse muita inquietação, eu não deixaria nada do mundo externo tirar o sossego e a leveza da nossa relação. Essa gestação tinha um tema para mim, que a tia Bruna conseguiu colocar em frase quando estava me ajudando a desenhar o quartinho: QUE SEJA LEVE.

Naquele momento o mundo estava exigindo muito de mim diariamente, sobrecarregada, cansada, lidando com mil conflitos profissionais, me sentindo frustrada como mãe, como esposa e até comigo mesma. Me sentia falhando em vários aspectos, mas me esforçava para manter minha cabeça e meu coração leves para deixar vc confortável e longe de todos esses meus conflitos internos.

Com 11 semanas casamos a tia Kaka, minha melhor amiga. O dia todo em pé, fui a última a deixar a festa e não deixei de aproveitar esse dia tão especial.


Na mesma semana, 3 dias antes do chá revelação, eu levei um tombo na porta do trabalho, praticamente varri o chão com a barriga.
Respirei e confiei, no sábado fui madrinha de outro casamento especial, mesmo com a barriga super dura o final de semana inteiro.
Sabrina no meio de duas grávidas, mulheres,amigas, sócias e "empoderadas" no casamento da Pit; 

No domingo, recebemos mais de 100 pessoas para o momento revelação, nosso bebê tinha cor, era AZUL.
Mar de gente para descobrir se você seria boy or girl!


Com 17 semanas enfrentamos uma cirurgia para a Olívia, retirada das amígdalas, adenoide e colocar um carretel no ouvido, preferimos fazer antes do Davi nascer pois era uma cirurgia de recuperação bem chatinha.
Foram alguns dias sem dormir, dando muito colo e dengo para a nossa primogênita.
Foram dias de ansiedade, um pouco de medo e de questionamentos sobre minha posição como mãe naquela decisão ( hoje avalio como uma das melhores coisas que já fiz pela Olívia, ela é outra criança, graças a Deus por essa direção na hora certa.)
Olívia no hospital se recuperando da anestesia.


Com 19 semanas, fui dirigindo para uma das nossas unidades próximo a Sete Lagoas, e fiz uma das maiores loucuras como motorista na minha vida: literalmente joguei o carro dentro de um buraco com quase 2 metros de altura.
Um susto, uma engenhoca muito maluca para tirar o carro do buraco ( literalmente com um trator), uma viagem de reboque e um pára-choque estragado, foram algumas aventuras desse dia.




Precisávamos de férias, e depois desse episódio tive certeza que precisava parar um pouco.
Dependíamos do OK do médico da Olívia para liberar por conta do pós cirúrgico, graças a Deus, liberada! Liberados, no caso.

Em uma semana resolvemos e fomos descansar uns dias na Bahia. E ainda tive o privilégio de uns dias na roça e apresentamos a Olívia para a Bisa na companhia do vovô e da vovó. Foi um oásis.




Voltamos e dois dias depois passamos por toda a tensão da cirurgia da Ninha, e dois dias depois da mamãe. ( as duas fizeram procedimentos parecidos em situações completamentos diferentes, a Ninha a retirada dos ovários, útero e trompas e uma limpeza de um tumor que estava crescendo. A mamãe a retirada das trompas, ovários e útero , na prevenção de que um dia esses órgãos pudessem ter tumores, uma vez que ela já lutou 2x contra um câncer de mama e em um exame genético deu algumas possibilidades para outro câncer)

Era hora de dar colo e cuidado para elas.

O mês de dezembro passou assim, tentando recuperar o peso ganho das férias, as dores na lombar, cuidando da mamãe, dando suporte mais emocional para a família do Vi já que a Ninha estava cercada de “cuidadoras”, de muito trabalho na empresa com as sócias de licença e de férias, me virando com as férias da Olívia, e respirando para não surtar.
Nossa tradicional foto de final de ano.


No ano novo estava me sentindo tão cansada, tão frustrada, tão sozinha... encerrei o ano com um sentimento de fracasso estranho. Talvez envolvida de tantos hormônios, talvez cansada, mas me sentindo uma péssima mãe e uma péssima esposa, com uma sensação de que eu tentei abraçar o mundo e no final das contas não dei conta de nada. Chorei.

Mas mais uma vez, tentava te proteger disso tudo e levar a gravidez com mais positividade, mais leveza, talvez por isso deixei muita coisa para última hora, porque não conseguiria naqueles momentos envolver você e toda a parte deliciosa da gestação de planejamentos,sonhos e construção de ideias nesse meu mar de frustrações.

2020 chegou e com ele aquela expectativa de que as coisas seriam renovadas. Aos poucos fui me permitindo deixar alguns pesos pelo caminho e focar no que era importante e primordial naquele momento.
Foquei em terminar o enxoval, o quartinho, as lembrancinhas e deixar tudo pronto para quando você chegasse.

Ainda bem que o mês de janeiro pareceu ter 90 dias, porque consegui correr e aos poucos recuperar meu tempo perdido.

Filho, final de janeiro uma chuva surreal invadiu nossa cidade, parecia cena de fim do mundo, o que eu não imaginava era que as coisas ficariam mais apocalípticas ainda nos próximos meses.


Fevereiro foi curto e com direito a uns dias na fazenda e chalé para descanso e curtirmos a família.
Farm days


Quase todos os bebês que que vc conheceu ainda na barriga já estavam do lado de fora: Miguel, Dedé, Clarinha, Bianca, Flavinho, Marina, Dom...aos poucos todos foram chegando e aumentando a ansiedade da mamãe em te conhecer logo tb.

Aí chegou março, agora eu volto no começo da nossa história onde posso dizer que enfrentamos a fase mais desafiadora de toda a nossa gestação.
Logo após meu aniversário, fomos invadidos com as notícias do Covid19, vc com certeza ainda vai ouvir MUITO falar disso, e mais ainda porque vc foi um bebê que nasceu no meio dessa pandemia.

Eu não sabia, que ironicamente, era um isolamento que eu, seu pai e sua irmã precisávamos para ficar mais juntos, mais conectados. Foram dias de muito trabalho ( chamamos de home office), faxina, cozinha, colo, limpeza, organização, e aprendizado.

Hoje, após 22 dias de quarentena, eu consegui enfim parar e escrever com mais calma sobre nossa trajetória nos últimos 9 meses. Não foram 22 dias fáceis, mas de muita união e reflexão...
Por aqui todo mundo ajudou a mamãe barriguda na faxina


Mascaras e álcool em gel marcaram esses dias

Teve muita bagunça também...


Estamos em abril e a qualquer momento você chega. Tivemos que mudar nossos planos em relação a hospital, você não poderá receber visitas, não teremos fotógrafos, doula, a vovó para acompanhar, as dindas para ajeitar o quartinho do hospital, aquela bagunça de sobe e desce e de gente disputando para te pegar no colo, aquele momento da Olívia indo te conhecer no hospital...

O que temos no momento é um monte de dúvidas, e apenas uma certeza: que eu e seu pai estaremos inteiros e completos para receber você, sozinhos, e todo esse tumulto a que te condicionei nesses últimos 9 meses, será substituído pelo sossego de apenas nos 3.

E quando chegarmos em casa , manteremos nosso isolamento apenas nos 4, sua irmã vai te conhecer e tenho certeza que ela trará tanta paz e carinho para o seu ninho, que você se sentirá perdido longe dela.

Quando escolhemos Davi para te nomear, não imaginava que vc já teria tanta semelhança com o Davi que me influenciou na escolha, o pequeno Davi da Bíblia que se tornou um dos maiores guerreiros da história e um grande Rei.

Você que se comportou tão bem a gestação inteira, mesmo enfrentando tantas batalhas comigo, vc já vai nascer um verdadeiro guerreiro.

Seguimos aqui na expectativa se você vai vir ao mundo quando escolher ou se vamos ser obrigados a te tirar daí rsrs imagino que vc está adiando o quanto pode para enfrentar essa loucura que se chama mundo, em plena pandemia, com tantas incertezas, com muito cuidado e cheiro de água sanitária e álcool em gel.

É tão bom saber que existe um Deus que cuida de todos esses detalhes e de todas as nossas frustrações, é tão bom saber que mesmo que eu erre, ELE NÃO ERRA.

Ele nos surpreende, nos cuida, nos ampara, nos sustenta, nos protege e nos ensina com todas as situações que enfrentamos.

PARTO e chego ao fim dessa gestação mais madura, mais calma, mais confiante, mais completa.


No meio de tanta coisa pesada, eu aprendi a ser leve.

A dar conta do que preciso na hora que consigo, sem tanta cobrança, sem desperdiçar energia com coisas ou pessoas que não deveria, a respirar e a parar.

Fico ansiosa pensando que horas você vai chegar, hoje acordei e te disse que você já pode vir, estamos prontos? Nunca estaremos... mas estamos preparados!
E confiantes que Deus tem a hora de todas as coisas...
Foto de hoje, com 39 semanas, dando uma fugidinha do nosso isolamento para fazer atividades na casa vovô.


Vem filho, a sua irmã me ensinou e me mostrou o quanto Deus é bom, e agora você vem e me ensina que Deus não é apenas bom, Ele também tira de nós nossos medos e pesos, e torna tudo mais leve.

“ é Meu somente Meu, todo trabalho, e o seu trabalho é descansar em mim...”

Queria registrar aqui um pouco do que foi a loucura desses últimos meses, para quando você crescer a gente lembrar e recordar juntos de como Deus está sempre cuidando da gente, até nos pequenos detalhes...

terça-feira, 14 de junho de 2016

Nosso pequeno grande milagre: vencendo a mielomeningocele

Nosso pequeno grande milagre: 

Em 2011 recebemos a maravilhosa noticia que seriamos, tios, avós e pais de primeira viagem: A Bina e o Pedro estavam grávidos!!! 

Era tudo tão novo para todos nós que parecíamos estar todos grávidos!! Somos uma família muito unida, costumo falar que a gente não intromete na vida do um do outro, a gente participa e faz parte de todas as decisões e momentos. 
Todos nós filhos casamos, saímos de casa, mas não conseguimos separar nossas famílias, seremos sempre garrados no "papai e na mamãe".
Que felicidade! O quão esperado foi esse momento, já que eles estavam casados há 4 anos e já estávamos cobrando um bebezinho.
A Sabrina tinha um sonho: queria ser mãe de menina. Orava por isso em segredo e no dia que recebeu a noticia no ultrassom quase não conseguia acreditar! A menina já estava com 15 semanas e crescia dentro dela. 

A Bina optou por não viajar para fazer o enxoval e eu e a mamãe fomos para ela. Em junho de 2011 embarcamos para Miami, junto com minha sogra e cunhados para também fazer o enxoval do nosso outro presentinho que estava para chegar: o Lorenzo, bebê também tão sonhado e esperado!
A viagem foi ótima, nos realizamos com as compras de bebezinhos menino e menina!
Ao final de cada dia eram fotos para lá e pra cá entre Brasil-Usa. Chegamos com todo o enxoval da Valentina, nome já estava definido e agora só esperar o doce Outubro para pegarmos ela no colo.
A Sabrina ficou ansiosa em todos os ultrassons até então, e por incrível que pareça no US de 20 semanas estávamos tão envolvidas nas reformas do negócio que estávamos abrindo ( a noticia da Valentina veio simultaneamente com a do sonho de ter a nossa loja de roupas, encaramos os dois ao mesmo tempo) que não tivemos muito tempo para raciocinar sobre esse US. 
Pedro pegou a Bina e me deixou na loja acompanhando o serviço do eletricista. Após uma hora meu telefone tocou: 
"-Nique, deu um probleminha aqui no ultra e estou indo lá na casa da pastora.
-Que probleminha Bina?
-Não sei explicar, mas é serio."
E assim eu sai que nem uma desgovernada pela Savassi orando, o que poderia ser??? Já senti naquele momento a seriedade do tal exame, se fosse simples ela teria ido na médica dela...mas não. Eles estavam indo na pastora.

E assim recebemos o diagnóstico: Valentina era portadora de Mielomeningocele, algo que eu jamais tinha escutado falar na vida, e que me arrependo amargamente até hoje de ter ido descobrir o que era no Dr. Google.

Resumindo bem, a medula dela havia sido formada para fora, formando uma bolhinha para fora da coluna, crianças que nascem com essa condição podem ficar sem movimentos do local onde a bolhinha aparece para baixo, grande chance de hidrocefalia, problemas mentais e uma série de deficiências causadas pela falta de sensibilidade nas partes afetadas. Para os médicos, a Valentina já seria portadora de alguma deficiência física e talvez mental.

A partir dai foram inúmeras visitas a especialistas, ultrassons, médicos e buscas por informações. Estávamos agora todos grávidos e sem o controle nenhum da situação. Já havíamos enfrentado doenças bem de perto, vimos mamãe ser curada e restaurada por duas vezes de dois câncer de mama. Conhecíamos o poder de Deus, acreditávamos nos seus milagres, e foi Nele que buscamos forças e remédio.

Foi alí que a Bina e o Pedro já aprenderam a ser pais, enfrentaram tudo isso com muita fé, ela era inclusive a que tinha mais tranquilidade no momento. Hoje sabemos que ela estava envolvida da paz de Deus, que excede todo conhecimento. 
Eles estavam lidando com tantas coisas pessoais, além de todo o processo com a Valentina, ainda estavam aguardando o apartamento sair (nesse momento foram morar com a gente, hoje vejo como um cuidado de Deus para eles não surtarem sozinhos), lidando com questões financeiras, nos preparando para abrir um novo negócio, e ainda tentavam não surtar um com outro diante de todas as mudanças. Nem mesmo nós que acompanhamos tudo de pertinho e vivemos tudo tão intensamente temos ideia do que eles estavam passando naquele momento.

Eu liderava um grupo que chamávamos de célula e lembro como foi bom compartilhar com tanta gente o caso dela e onde íamos tinha alguém em oração pela vida da pequena Valentina. Íamos para o monte em campanha, orávamos sem cessar, e a cada ultrassom esperávamos ouvir "o milagre". Estávamos tão convictos dele que começamos a esperar pelo inimaginável. E a cada US Deus cuidava da forma Dele, o liquido continuava na medula, e não tinha o risco de hidrocefalia dentro do útero o que talvez resultaria em uma cirurgia ainda dentro da barriga. Valentina crescia, se movimentava e desenvolvia conforme o esperado. 

Abrimos a loja em Agosto, e recebíamos inúmeras grávidas uma vez que nossa loja ficava entre duas lojas de maternidade. Contamos a história da Valentina para várias pessoas e ouvimos muitas outras histórias, as vezes motivadoras, na maioria delas, devastadoras. Mas não deixávamos a fé de lado e nem duvidávamos do poder de Deus, nossa dúvida era: e se Deus não quiser fazer? e se esse for o plano Dele? Quem somos nós para questionar aquele que vê além dos nossos olhos e sabe o melhor para nós?

A Sabrina era muito sincera e clara com Deus: "se for para vir com deficiência eu não tenho estrutura para cuidar, não estou preparada." Acho bonito essa coisa de sermos sinceros com Deus, para mim isso sim é a verdadeira intimidade. Deus não é o cara lá de cima, Ele é meu pai, meu amigo, é Ele quem me escuta e me defende, e eu me sinto no direito de ser sincera com Ele. Tenho a impressão de que Ele gosta disso também...não que eu tenho o direito de questioná-lo, mas de colocar o meu real desejo em jogo, sim. Ele quer ouvir isso de nós. Não frases feitas e rezas pré moldadas, mas aquilo que verdadeiramente sai do coração. Aquilo que dói falar, aquilo que liberta. 

Dia 7/10/11 chegou. Era o dia da cesárea, vendo as fotos hoje não consigo entender a nossa cara de paz como se estivéssemos indo ali buscar um bebê perfeito sonhado por 9 meses. Estávamos indo inclusive assistir à cesárea, com filmadoras, câmeras, umas 15 pessoas e muita alegria. Estávamos indo presenciar um milagre. Uma bebê nasceria perfeita naquela manhã.

As 15 pessoas com o rosto colado no aquário, uma narração do parto que mais parecia um jogo de futebol (ti Lucas arrasou na filmagem), gritos de ansiedade, e chega a hora da médica "puxar o bebê para fora". Silêncio. Um longo silêncio. E para descontrair eu solto um -" ela é moreninhaaaa", enquanto todos os olhos estavam fixos na tal bolhinha.

Valentina ficou ali apenas para ser limpa, pesada,e tirarmos foto. Levaram a nossa bebê para uma longa cirurgia, aquela que iria determinar se haveriam sequelas e quais seriam elas. 
Passamos o dia confiantes e aguardando noticias, Sabrina estava um pouco tensa e ansiosa, porém nunca desanimada. 

Ao final do dia, após longas 9 horas, a médica muito secamente vem ao quarto que só poderiam ter 3 visitas e nós éramos em uns 8 ( não nos pergunte como...rsrs..mas tratando de Sabrina, quanto mais gente perto dela, melhor) e ela nos disse: a cirurgia foi um sucesso, Valentina passa bem, porém a mielo é mais agressiva como prevíamos (existia uma diferença entre meningocele  e mielomeningocele que era determinada pela altura da lesão, algo que confesso que nunca tentei muito entender, sempre preferi acreditar que tudo ficaria bem e eu não precisaria me preocupar em saber os detalhes) e agora a Valentina ficaria em observação pois as chances de desenvolver hidrocefalia após essa delicada cirurgia eram de 99%. Silencio outra vez. Dessa vez a Bina se entregou e chorou. Tio Jarbas juntou todo mundo, fizemos uma oração e confiamos na fidelidade de Deus. 

Valentina chorava alto, e forte. Ficou conhecida no UTI por isso. Sabrina conseguiu ir vê-la na primeira noite e o papai Pedro confirmou através de fotos que ela não era morena, mas ruivinha. A dinda e as vovós não estavam se aguentando de vontade de pegar ela no colo. 

7 dias se passaram, mais um milagre e ela pode subir pro quarto, onde começou então a ser muitoooo paparicada por todos. A previsão eram de 21 dias mínimo no UTI, no dia 12/10 eles já estavam a caminho de casa. Sem hidrocefalia, com todos os movimentos aparentemente normais e com muito espaço entre as roupas pois nasceu pequenininha demais. Um cabelinho ruivo arrepiado, uma boca vermelhinha, e uma cicatriz nas costas que hoje conta uma história, testemunha um milagre.

Durante um ano medíamos a cabecinha dela todos os dias, com 6 meses eles foram para o apartamento deles, ela fazia uma fisioterapia preventiva 3x por semana para corrigir um possível pezinho torto e para estimular os movimentos. Engatinhar? Andar? Tirar fralda? De acordo com os médicos todo o desenvolvimento dela seria mais lento que o normal. E a fralda poderia ser substituída por uma sonda, porque as chances dela um dia segurar xixi e coco sozinha eram quase nenhuma.

Eu tinha tanta certeza que ela estaria andando no meu casamento ( com um ano e meio) que já era definido que minhas alianças seriam entregues por ela e pelo Lorenzo, meus dois bebezinhos. E foi um dos momentos mais emocionantes para mim, ver ela soltar a mão da mãe e vir correndo para perto de mim ao som da canção "A perfeição de Deus".

Hoje Valentina é um milagre, os próprios médicos que a acompanham procuram por alguma sequela: faz um exame anual para ver se ela está segurando todo o xixi ou se fica um restinho na bexiga, apenas.

Ela anda, é banguelinha desde os 3 por correr demais, é agitada, chorona, alegre, onde chega marca presença, mimada porque foi sonhada e esperada demais, grudada na família, cheia de atitude, ama a música " ninguém explica Deus", faz oração antes de dormir com os pais, não gosta de dormir sozinha, ama uma festa, uma bagunça, ama assistir os "dez mandamentos" com a dinda, é cheia de vida, é toda linda, é valente.

Um dia ela chegou da escola, olhou para uma cicatriz de uma antiga cirurgia no meu braço e me perguntou assim: “dinda, essa marquinha no seu braço também é honrivel?”
Imaginei que alguém deve ter falado da cicatriz dela na escola e expliquei para ela que essas eram marquinhas de Jesus. Contei mais ou menos a história para ela, que alegremente me respondeu: -“Então essa marquinha minha é de Jesus, e não é honrivel né?

Porque contar essa história agora após quase 5 anos que ela nasceu???
Porque em março a Giovanna, irmã da Valentina nasceu, superando mais uma história de que a mielo da Valentina poderia ser incompatibilidade genética entre a Bina e o Pedro. Ela chega trazendo paz, alegria, tranquilidade, mais de Deus para as nossas vidas, uma nova história e uma grande amiga para a Valentina.
E não somente por isso hoje eu espero a Olívia dentro de mim, que nasce em alguns dias. Reviver essas duas gravidez me fez lembrar diariamente do caso da Valentina, da busca pelo nosso milagre.
No primeiro US da Giovanna, Bina estava com um hematoma e teve que ficar de repouso uns dias para evitar um aborto, mais um milagre. Eu engravidei em dois meses, após acreditar por 6 anos que talvez teríamos que considerar tratamentos. Logo no inicio levei um susto, um sangramento acompanhado de muita dor e muito fluxo, que me fez ter a certeza de um aborto. Após esse, ainda tivemos que lidar com outros 6 sangramentos até a semana 18 de gravidez, fiquei tensa, ansiosa, tive por várias vezes muito medo de perder o que tanto sonhei, mas esse não era os planos do Senhor para a nossa família.

Vamos acumulando várias “marquinhas de Jesus”, vamos somando nossas forças, criando mais intimidade e experiências com um Deus que nos surpreende diariamente. E Ele permite que essas marquinhas fiquem para que não nos esqueçamos do que Ele fez. Nosso reino terá em breve 3 princesas perfeitas: Valentina que nos ensina a sermos fortes todos os dias, Giovanna que chega como um presente de Deus e a Olívia que assim como a oliveira nos ensina sobre determinação, perseverança e constante amor de Deus (sl 52:8).


O testemunho sobre o caso da Valentina talvez poderia ter sido divulgado antes por aqui, mas Deus tem seus mistérios e tem me incomodado todos os dias para divulgá-lo. Que Ele alcance uma mãe ou pai que precisem, uma avó, uma tia, uma amiga... Que encha de fé algum coração, e que venha aumentar a fé de vocês. Os milagres muitas vezes são vistos como causas grandes, eu aprendi a ver o milagre a cada despertar, a cada deitar, a cada dificuldade, a cada leão vencido, a cada ultrassom, a cada consulta, em cada chutinho e em cada soluço.
Quando o medo vem sobre mim e tenta me calar eu fecho os olhos, lembro do que Ele já fez, lembro que Sua vontade é boa, perfeita e agradável, e canto para Ele: “ eu confio, eu confio em Ti; eu confio, eu confio em Ti”...

Foto primeiro us
Domingo antes do us que descobrimos o caso da Valentina
Sabrina e Valentina, Debora e Lorenzo
Chá de Fraldas Valentina, nunca vi tanta mulher reunida!



Turma toda fazendo a maior festa esperando o horário do parto (da segunda fila para trás)

Esperando noticias da cirurgia no quarto do hospital


Valentina na UTI, quando descobrimos que ela não era morena!!

Altura da cicatriz da Valentina, nesse local foi onde a "bolhinha" se formou.


Sabrina, Pedro e Valentina morando com a gente

Valentina tomando os primeiros banhos de sol na casa da vovó
Turma da célula indo visitar Valentina, ela foi a criança mais visitada que já vi.

Apresentação da Valentina na igreja, no colo da bisavó e pastora Esmeralda Campelo

Primeira ida à fazenda

Valentina cresceu dentro da loja, foto dela fazendo bagunça nas gavetas

Andando em minha direção no meu casamento
Banguelinha por um "acidente" na escola, correndo.

Eu(grávida da Olivia) , Debora (grávida do Lucca) e Sabrina (grávida da Giovanna) juntas neste ultimo Natal, com Lorenzo e Valentina.


Valentina, Giovanna e Sabrina



E a história continua... Nosso reino ainda tem espaço para muitos bebês...Tia Bruna e Tio Lucas ainda não começaram e eu só comecei...rsrsrs




quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Palavras do namo...

Achei tão bonito o que o namorido escreveu, que quero compartilhar...

"A palavra do Senhor esta se cumprindo, JESUS está voltando pessoal!! A pallavra do Senhor diz: ''O tempo está cumprindo, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho''. (Marcos 1.15)

Vamos mostrar a nossa solidariedade ajudando essas pessoas vítimas das enchentes de Teresopolis, Nova Friburgo e Petropolis, no RJ! Vamos sentir as dores dos irmaos, e ajuda-los da forma que for possível!E o essencial, se possível pregue o evangelho pra que vidas sejam alcançadas também!
Vale ressaltar que o Sul de Minas e Brisbane, capital do estado de Queensland na Australia também está em caos por causa das fortes chuvas!! Que as autoridades tomem suas iniciativas o mais rápido possível!!Vamos orar para as autoridades também pessoal, pra que Deus abençoe o trabalho deles, nao se esqueçam que a oraçao tem poder!Que eles fazem um planejamento urbano adequado, que a política de saneamento e habitacional seja revista e fiscalizado de forma a reverter essa situaçao precária que está e etc!
Aqui fica a mensagem do Senhor, que voces reflitam nela! E o meu apelo pra que as autoridades tomem suas iniciativas o quanto antes possível, e que a gente venha cobrir essa naçao de oraçao, incluindo a vida das autoridades também pra que o trabalho deles sejam abençoados por Deus!"



Que Deus abençoe grandemente a vida de cada um de voces!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A oração e o retrato do caráter

A oração e o retrato do caráter

Por Ricardo Barbosa

Tenho visto, com muita freqüência, crentes orando por vagas em estacionamento, de preferência uma bem em frente à loja que precisam ir, ou clamando fervorosamente para que não chova no dia do casamento ou aniversário planejado para acontecer num espaço aberto. Ouço pais pedindo oração para que Deus dê uma força para que o filho que nunca foi de estudar muito passe no vestibular ou num concurso público; ouço também crentes expressando sua gratidão a Deus por terem conseguido furar uma fila, ou vender um carro batido sem que o comprador percebesse.

Orações assim são comuns em nossas igrejas. Contudo, quando reconhecemos que a oração é um meio de relacionamento, ela nos oferece um duplo retrato: de Deus e de quem ora. A oração tem um papel importante no relacionamento entre o homem e Deus, pintando tanto o caráter humano como o divino. O que falamos para Deus (súplica, gratidão, louvor, desejos e situações da vida) revelam nossas motivações, nossa moral e nosso caráter. Da mesma forma, algumas afirmações que fazemos sobre Deus na oração (amoroso, justo, misericordioso, soberano) revelam convicções sobre a natureza divina.

Nem sempre nossa compreensão sobre quem é Deus revela a verdadeira natureza divina. Por exemplo, Deus se revela como um Deus justo e reto e nós o experimentamos como um Deus caprichoso e vingativo; Deus se revela como um Deus sempre presente mesmo em meio ao sofrimento, e nós o experimentamos como um Deus ausente ou distante. O retrato que fazemos de Deus certamente não é mais importante do que o retrato que Deus faz de si mesmo. A percepção humana de Deus precisa sempre ser corrigida e transformada pela auto-revelação de Deus nas Escrituras. E nossas orações quase sempre revelam também a natureza de nosso caráter. Por isso a oração é não apenas um meio de relacionamento, mas também um caminho de transformação.

Elias foi reconhecido como um homem de Deus e Ezequias, como um rei fiel. O caráter de ambos foi afirmado pela oração e pela confiança em Deus em momentos de crise. Em cada caso, suas orações foram apresentadas de acordo com a situação vivida, e deram uma definição do caráter deles. Eles oravam da forma como agiam, seus atos não contradiziam suas palavras. Da mesma forma, as orações de Paulo que encontramos em suas cartas, também revelam seu caráter e sua teologia. Basta um olhar atencioso para vermos em Paulo um coração pastoral, comunitário, resignado e entregue a Deus e ao seu povo, bem como um Deus que é o Soberano Senhor, que se revela a nós por meio do seu Filho e que voltará em glória e majestade.

A oração pinta um retrato de Deus e de quem ora. Se prestarmos atenção na forma e conteúdo da oração, seja aquela que fazemos na igreja, publicamente ou em grupo, ou a que fazemos sozinhos no quarto, teremos um retrato muito fiel e real da igreja, nosso e daquilo que pensamos sobre Deus e sobre seu propósito para a igreja e o mundo.

Provavelmente os pais que oram para que Deus dê uma mãozinha para que o filho preguiçoso passe no vestibular negam em suas orações o caráter justo de Deus, e se revelam também como pessoas que pouco se importam com a justiça. Tornam-se capazes de atribuir a Deus a "bênção" de um negócio ilícito. E orações suplicando a Deus para que não chova apenas para não estragar a festa ou o penteado, as férias na praia ou o churrasco no sábado, revelam o caráter egoísta de quem ora e a concepção de um Deus que não passa de um mágico cósmico.

Se queremos saber quem somos, o que pensamos sobre Deus, quais são nossas motivações primárias e a raiz do nosso caráter, basta um olhar honesto para a nossa vida de oração, que revela tanto a teologia como a antropologia. Porém, a oração não apenas revela as distorções antropológicas e teológicas, mas também é a forma e o caminho para corrigir essas distorções. Pior do que orar errado é não orar. Enquanto permanecemos orando, temos a chance de ver nossa compreensão de Deus e de nós mesmos sendo transformadas.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Charlie Hall - Center

Dica de música e de banda!!!

mto mto mto bom!!!!!!!!

meijos

e desculpem o tempo sem postar...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

GUARDE SEU CORAÇÃO

Muitas meninas precisam entender o cuidado de Deus e a necessidade de guardarmos nosso coração.
O texto abaixo retirado do site SexxxChurch me chamou muita atenção e acho importante divulgar!!
Divulgue vc também!!!
Se vc não estiver com tempo de ler tudo, leia pelo menos os negritos e as partes em cores diferentes!!

obs: me desculpem a falta de posts aqui, o tempo tá curto e tenho me dedicado mais ao Elas na Moda, sei que preciso retornar aqui mais vezes, Deus tem me cobrado.
Aguardem!!!

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Guarde Seu Coração



Este artigo é dirigido a mulheres solteiras, sejam jovens vivendo na casa de seus pais, mais velhas e vivendo por conta própria ou viúvas que gostariam de casar novamente. O princípio é que você tem que cuidar do seu coração de forma que ele não fique emocionalmente envolvido sem a proteção de um compromisso. Muitas destas exortações que seguem podem parecer um pouco negativas, mas acreditam, os resultados serão positivos.

Quando uma mulher deixa seu coração desprotegido e se une ao homem errado, ela fica exposta a grande mágoa ou dano. Muitas mulheres, ansiosas para casar, correspondem ao primeiro homem que aparece e até mesmo se permitem envolverem-se fisicamente quando sabem que não deveriam. É fácil ter convicções desde que você não seja chamada a defendê-las, especialmente se você tem que resistir a um homem pelo qual você se permitiu ficar apaixonada. Nunca pense você é “forte” e “pode lidar” com a situação de estar sozinha com um homem pelo qual você se sente atraída. Lembre-se, seja ele quem for, se ele não for seu marido, você não tem nada que se submeter a ele em nenhum aspecto, especialmente se ele quer que você se envolva fisicamente quando não há nenhuma proteção de compromisso em torno da relação. Virgindade é uma herança inestimável que você traz para o matrimônio.

Você deve vigiar sua imaginação se quiser cuidar do seu coração. Não alimente um coração solitário com livros de romances baratos ou filmes de romance “água com açúcar” e depois fique fantasiando sobre os homens ou as relações descritas ali. Isto pode rapidamente tornar-se desejo – desejo de ser desejada. Não se permita imaginar que alguém esteja interessado em você quando ele está simplesmente sendo amigável. Não imagine que ele olhou pra você de forma carinhosa ao dizer “oi”, quando ele só estava educadamente lhe cumprimentando. Em outras palavras, não alimente uma “paixonite aguda”. Se o homem em questão se interessar por outra pessoa, você será magoada e dependendo do quanto você alimentou sua imaginação, você pode ficar arrasada. Seja realista sobre os homens que lhe demostram atenção. Se você estiver muito ansiosa por uma relação, você pode imaginar que ele seja mais piedoso, mais engraçado, mais doce, mais inteligente, mais velho ou mais alto do que ele realmente é. Se você tiver que se convencer a respeito de alguém, você não está sendo realista sobre este homem. Não fique desesperada! Não se permita envolver-se numa relação inadequada somente porque você está sozinha. Não considere um homem como uma chance de sair desta situação. Esta não é uma boa razão para se casar, quer você continue o relacionamento ou caia fora.

Só porque um homem demonstra algum interesse não é uma boa razão para supor que ele seja o homem certo para você. Não tenha pressa. Pense. Converse com pessoas que conheçam você. Vá com calma. Não se jogue em seus braços assim que ele lhe estender a mão. As mulheres às vezes estão apaixonadas por estar apaixonada, ansiando por uma relação mais do que anseiam agradar a Deus. Matrimônio não é um fim em si mesmo; é um meio de glorificar a Deus. Há uma coisa pior do que ser solteira: estar casada com o homem errado.

Cultivar amizades com homens em um grupo é uma alternativa saudável para a forma de namoro que o mundo oferece, mas não devemos usar estas amizades para preencher um vazio. Amizades podem ter muita carga sexual e as mulheres geralmente são muito ingênuas sobre isto. Amizades não devem ser íntimas, mas manter uma distância saudável. Você poderia manter a amizade da mesma forma se você fosse casada? Se não, provavelmente é uma amizade imprópria. Mulheres deveriam ter com os irmãos uma amizade caracterizada por pureza e decência. Se tiver que mudar seu comportamento depois que estiver casada, provavelmente você não tem se comportado de maneira sábia ou piedosa. Isto significa que você não deveria estar passando momentos a sós com homens (a menos que seja no contexto de namoro), seja você casada ou solteira. Se você está saindo para tomar café e permitindo que homens “se abram” com você, isto terá que parar se você se casar outra pessoa. Isto me diz que você deveria parar agora.

Tome cuidado com amigas bem-intencionadas. “Ele é tão lindo”, elas dizem, mas você sabe que ele também é tão ímpio. Não o encoraje falando demais sobre você mesma. O resultado pode não ser exatemente o que você esperava. E se ele não estiver interessado, você se sentirá tola e pode ficar magoada.

Finalmente, quando estiver em dúvida, rejeite. ( lembrei de um versiculo quando lí essa parte : Romanos 14.23 " Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé, e tudo o que não é de fé, é pecado" ) Não permaneça numa relação sobre a qual você tem dúvidas. É muita insensatez casar com alguém na esperança de que ele mude. Se você tem preocupações quanto à piedade dele, seu caráter, sua teologia, o relacionamento dele com seus pais, seu estilo de vida ou qualquer outra coisa, recue, e talvez você devesse “cair fora”. Claro que você tem proteção no conselho e na opinião de seus pais, mas tenha o cuidado de não casar com alguém simplesmente para agradá-los. Certamente seus pais têm boas intenções, mas você deve ser honesta com eles sobre suas dúvidas. Eu não posso imaginar pais (se forem amorosos e piedosos) que pressionem uma filha a se casar com alguém que ela não queira!

Cultive uma visão bíblica de casamento. Cultive amizades em grupos de cristãos. Mulheres podem aprender muito sobre como os homens pensam sendo amiga de homens em grupos. Cultive um caráter piedoso em você porque o casamento amplifica tudo que você é. Procure um homem que pense como você: vocês concordam na doutrina? Vocês são culturalmente semelhantes? Ele é atraente pra você?. Seja realista, confie em Deus e fique satisfeita.



Traduzido por Nancy Wilson
Com comentários de Monique Queiroz

terça-feira, 6 de julho de 2010

Relacionamentos- Brigar pra que?

Bom, novidade do dia:
FORMEI.
Apresentei a mono e fiz todas as provas, agora vou ter mais tempo pros meus "filhos", confesso que tenho me dedicado mais ao Elas na Moda pois tenho alguns planos no futuro!!
Mas lí um texto bem legal que a Bina me enviou e resolvi dividir com vocês.

NÃO QUERO BRIGAR COM NINGUEM

A partir de hoje, com a ajuda de Deus, vou pôr um ponto final em meus desentendimentos com todas as pessoas com as quais convivo ou com as quais me encontro. Chega de briga, de discussões, de gritaria, de grosseria, de palavrões, de agressões, de antipatia. Estou cansado de depender do outro para parar de brigar. Vou tomar a iniciativa.

Não sou ingênuo. Estou ciente de que será difícil. Porém não digo mais que será impossível. Reconheço que já avancei um pouco e quero dar continuidade a esse pouco. A partir daí, Deus me dará outras vitórias.

Sei que o relacionamento entre duas ou mais pessoas é sempre complicado por causa da nossa herança adâmica. Lembro-me de Abel e Caim, de Sara e Agar, de Jacó e Esaú, de Raquel e Lia, de José e seus irmãos, de Maria e Marta, de Paulo e Barnabé e da membresia da igreja de Corinto.

Estou ciente de que eu e meu cônjuge, eu e meus filhos, eu e meus vizinhos, eu e meus colegas de trabalho, eu e meus irmãos na fé -- somos muito diferentes, o que me leva a crer que o relacionamento entre nós não será automático. Vai exigir esforço, temperamento controlado e autonegação continuada. Eu e eles temos temperamentos, históricos, ênfases, experiências, reações, defeitos, virtudes, capacidades e dons diferentes.

Além disso, eu e eles somos -- pelo menos potencialmente -- invejosos, ciumentos, egoístas, orgulhosos, impacientes, briguentos e outras coisas mais. Para viver em paz, preciso passar por cima de tudo isso. Preciso andar a segunda milha de que fala Jesus (Mt 5.41) e perdoar setenta vezes sete, também de acordo com Jesus (Mt 18.22).

Meu relacionamento no circuito mais próximo e íntimo (no lar) e no circuito mais amplo e público (no trabalho e na igreja) vai depender de certas virtudes claras. Preciso conhecer e respeitar o outro. Preciso amar e perdoar o outro. Preciso tolerar o outro e ter paciência com ele. Preciso ter sabedoria e acerto para conviver com o outro. Preciso de humildade para não me encher de glória à custa do esvaziamento da glória do outro. Preciso repudiar a comparação, a competição e a concorrência com o outro. Preciso descolar da memória qualquer lembrança negativa -- tanto recente, como remota -- do outro. Preciso pedir desculpas e desculpar. Preciso conversar, dialogar e desabafar com o outro. Preciso evitar qualquer oportunidade que possa gerar aborrecimento com o outro. Preciso interceder pelo outro.

De hoje em diante vai ser assim. Que o Senhor me socorra! Amém.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_artigos&artigo=2629&secMestre=2639&sec=2651&num_edicao=324

Tem outros textos legais lá que valem a pena!!
meijos.

E aguardem...